Eu to tentando, juro que estou, mas, tem sido muito difícil, eu não consigo viver sozinho, não consigo viver sem ter alguém…. Alguém pra conversar, pra desabafar, um ombro amigo. Dói muito saber que no momento, não existe ninguém que goste de mim do jeito que sou, que me ame, que faça de mim prioridade na sua vida, alguém que se importe como estou, alguém que acorde e me tenha como primeiro pensamento da manha, é foda saber que não sou importante pra ninguém, e, que se eu viesse a partir hoje, ninguém choraria dizendo que sonhava em ter uma vida do meu lado.

Queria não me importar com essas coisas, mas não consigo, eu sinto tanto, como queria que tu estivesse aqui, me abraçando e dizendo que vai ficar tudo bem. Mas isso nunca mais vai acontecer.

Por mais difícil que fosse, nunca deixei que ela se entregasse, que desistisse, que cometesse algo contra a própria vida.
sempre estive do lado cuidando para que ela não fizesse besteira.
Agora longe, não posso garantir que isso não aconteça, os problemas são os mesmos.
Quero que ela viva, que realize seus sonhos, que seja mãe e aprenda a amar a vida que gerar, que possa encontrar um amor e ser feliz.

Eu dei margem pra tudo que aconteceu.
Nunca fui um bom namorado. Se fosse bom o suficiente, ainda estaríamos juntos, e o amor não teria morrido.

O homem e a Cruz

Sempre que eu caminhava por uma rua, avistava alguém na praça, sentado no banco em frente a um monumento de cruz.
Era um homem, imerso em sua solidão, sentado debaixo de uma arvore, fumando seu cigarrinho.
Lagrimas rolavam de seu rosto, podia sentir sua tristeza, sua dor. 

Ao longe, por alguns instantes o homem tinha uma visão, e eu podia ver através de seus olhos, ouvir. Uma garotinha de cabelos castanhos escuros corria e gritava com sua cadelinha - Ana, vem, vamos Anaaa, você ta muito devagar. Atrás vinha um casal de mãos dadas. 

O homem soluçava de choro. Tentando acender um cigarro com as mãos tremulas, olhava para a cruz e rogava aos céus, aos deuses, ou a qualquer entidade que pudesse ouvir. Pedia que curassem aquela maldita dor no peito, aperto no coração.

Já havia passado por aquilo antes, mas dessa vez parecia que não teria forças para aguentar. Quando mais tentava não pensar, mais os pensamentos brotavam em sua mente.

Questionava-se se havia tomado as decisões certas, se havia feito as escolhas corretas ao longo do relacionamento, pensava nos momentos bons, nos ruins, nas brigas bobas.

Sabia que términos de relacionamentos eram difíceis, e que não morreria por amor ou falta dele, iria superar como fez das outras vezes.
Apenas queria que parasse de doer, já não aguentava passar por aquilo novamente. Aceitaria qualquer coisa pra que a dor fosse embora. A morte já não parecia algo ruim.
Eu conhecia aquele homem melhor do que ninguém, pois, esse homem, sou eu. 

Mais uma vez ela se foi, eu já sabia que ela partiria hoje, prometi que não choraria e não chorei, o peito doi, os olhos estão pesados, a garganta ta com nó, mas eu não chorei.